terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tempestade


Tempestade... branco... só branco... imensidade de brancura... neve. Onde estou eu, perdida? Onde está o meu rumo? Para que luto eu?

O frio gela-me os pés descalços, o negro vestido esvoaça rasgado, não sinto as minhas mãos, as minhas lágrimas congelam. Que caminho sigo eu?

Nada oiço, nada sinto, apenas o vestido esfarrapado e meus cabelos castanhos e ruivos voarem como que farrapos. Tanto é o frio, que não o sinto. Perdi a minha bússola, não sei onde seguir, não sei onde é o Norte nem o sul, nem o Este e o Oeste. Estou perdida na tempestade da minha alma. quando é que irá amainar? Quando poderei sentir o conforto e calor outra vez? Maldito conforto que fugiste de mim. Que me enganaste com as tuas acolhedoras palavras! Onde me deixaste, alma para sempre por mim amada?

Agora deixas-me na brancura sem fim, no frio gelo da minha alma. Mas eu hei-de seguir pelo meu próprio pé. Hei-de chegar a vós! Não desistirei assim com tanta facilidade desta dura batalha. Certo que já várias batalhas lutei, venci e perdi. Mas bastará tempo para a vencer.

Maldita e bela neve, que me prendes, largai-me! Largai-me! Pois eu não desistirei desta luta! Eu vencerei, melhor do que a qualquer outra, depois vergares-te-às sob meu orgulho que ninguém irá derrubar.

Até o último floco cai, e eu tombo num gélido buraco... sem fim.

[Com o meu frágil afecto, Fallen]

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Minha querida alma perdida


Triste alma, perdida te encontras, que buscas o teu caminho pela estrada de esperança. Onde estás tu? Que foi feito de ti, escondido ser? Onde perdeste a tua bússola?

Não chores mais, não sofras mais. Abri-vos então! Abri vossas asas ao mundo! Sê livre, mais livre que o pássaro que tem como o limite o céu, mais livre do que o peixe que é limitado pelo Oceano, mais livre do que a toupeira que é limitada pela terra! Não temas o mundo, pois o mundo respeitará a vossa grandeza! Pois a grandiosidade do vosso coração e alma não possui fim.

Agora que a tempestade amainou, abri-vos! Abri-vos ao novo mundo, abri as vossas asas, pois não me cansarei de me repetir.

Pequeno e inocente ser, que escondes o vosso interior, continua em frente, não desistas, pois ainda muito falta para o fim chegar, para a luz se apagar. Pois quando a tua apagar, aí sim será o fim. Mas sê-de livre até lá!

Vive para o mundo, vive para amar, vive para sorrir. Pois não há mundo sem vós, pois vós sois minha inspiração e não quero perder-vos.

E assim, seguiremos juntos até ao fim, pois quando o abismo surgir, juntos cairemos, juntos morreremos. Mas viveremos até lá, caminhando de mãos dadas pela estrada de esperança, pela estrada mais longa e penosa. Porém, é o caminho certo, o caminho que nossas almas devem seguir.

Porque tudo tem um fim, um meio e um principio; viveremos cada um até ao fim, pois por algum motivo tantas histórias possuem um final feliz. E viveremos esse final juntos, mesmo na escuridão, teremos o conforto de um do outro. Porque não deves acabar só, querida alma, porque não nascemos sós, não vivemos sós e que sentido faria morrermos sós? Pois é assim que o final será: morreremos juntos, para que nenhum morra sozinho, para que não te percas, para que mesmo assim, as tuas asas se mantenham abertas e prontas a voar.

[ Dedico este e todos os meus textos. com todo o meu afecto, Fallen]