quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pára

Rebentas-me com lágrimas, trazes a dor ao meu peito. Será que não te importa? Será que te é indiferente o meu cansaço? Parece que sim.

Exijes e exijes, sem cessar, mandas-me a cara a minha maturidade quando te convêm, dizes eu ser o que na verdade sei o que não só. Desvalorizas-me, as minhas lágrimas quando caiem; são meramente uma birra para ti. E não queres que eu esteja revoltada?

Prendes-me a ti, não te importa que eu tenha uma vida desde que viva unicamente para si. Se eu seguisse os teus ensinamentos seria igual a ti: um buraco negro sem fim, que não sabe amar; apenas odiar, desprezar e desvalorizar.

Bem eu queria que mudasses, mas seria pedir demais, porque és assim para mim? Porque acabas por indirectamente proibir-me de amar? É crime amar? Afinal, que suposto exemplo és tu?

domingo, 31 de julho de 2011

O Meu Mar

Num mar de amores, eu perdi-me por ti. Mergulhei querendo sentir o teu abraço, o teu doce beijo que chega-me à minha alma e que envolve o meu coração.

Em ti quero permanecer, navegar até adormecer, ser tu e eu num só. Quero sentir-me parte de ti.

E as minhas lágrimas salvadas, o lamento das saudades que se afogarão no teu oceano que me abraça e ama.

Cantas para mim, através das conchas que por ti foram banhadas, numa melodia que ecoará para mim quando sentir a falta do bater das tuas ondas na praia. Em que hora estás perto, ora estás longe pois a maré te leva e trás; até eu perder a paciência e correr para ti.

Quando o tempo te aborrece, vêem a terra as tuas gaivotas piar as tuas saudades. E eu, ao saber que me amas assim, jamais quero fugir de ti.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Liberdade Sonhada

Na pequena e sumptuosa gaiola dourada, o pequeno pássaro faz uma passagem surgir por entre às grades. Quer ser livre, quer viajar, explorar, ver o que o mundo espera dele.

E corre, corre pelos campos, vales, planícies, florestas fora. Corre e corre... Até que as suas asas abrem-se a medo. Mas de que serve o medo quando se quer viver? O medo é uma barreira a destruir. Enquanto não se consegue arrombar essa porta, seremos a água que passará pelas suas frestas, e que assim continuará o seu percurso.

Uma vez as asas abertas, para sempre livres. O céu será o seu tecto, os ribeiros a sua bebida e a terra o seu poiso e a mesa onde se poderá alimentar.

Voa livre, para sempre livre enclausurado espírito! Encontra a tua paz, fecha os olhos e sente a harmonia dada pela Grande Mãe, busca quem te ama. Vive, ama, sorri e faz sorrir. Desfruta do melhor que a vida tem para ti!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Não Vás

Entraste na minha vida de porta escancarada... Surpreendeste-me porque foste o inesperado... Mas também o que eu esperava à muito... E recebi-te de braços abertos e não quero que te vás embora gelado...

domingo, 3 de abril de 2011

Sangra

Sangra a vermelha rosa sem parar

a esperança para ela acabou e em dor se tornou

já ninguém a quer porque todos a temem


refrão

ela perdeu-se na escuridão

sua fome por vida não tem fim

porque não tem luz

fechou-se assim no mundo
porque a luz dela fugiu
já ninguém a ama

o sangue escorre por ela abaixo, vivo e suplicante
para que ela o prove
pois já não há animo vivo nela

perdeu-se nos confins do mundo porque está só

apenas a escuridão a abraça

refrão

ela perdeu-se na escuridão

sua fome por vida não tem fim

porque não tem luz

fechou-se assim no mundo
porque a luz dela fugiu
já ninguém a ama

Ela esperança
Aguarda em desespero que termines o seu sofrimento

que acabes com a dor
que a envolve na escuridão

sexta-feira, 11 de março de 2011

Encontra-me

Sê tu e eu, sejamos mais uma vez a palavra "juntos". Há sempre esperança, há sempre paz.

Encontra-me na encruzilhada, lá estarei à tua espera, lutando contra a escuridão que tenta consumir-me, mas não baixarei a guarda. Vem se quiseres, por ti espero no cinzento semi-cortado. Junta-te a mim, luta comigo, juntos nada nem ninguém nos vencerá.

Vem, até onde o Mundo nos espera, na profundidade das rosas escuras e vermelhas espinhosas, nem elas nos despedaçarão. Nem os maus espíritos nos derrubarão, aceita a minha mão e juntos caminharemos sem medo; já nada há a temer.

Fica comigo, oferecer-te-ei o meu mundo, o meu amor e emprestar-te-ei a minha força que precisares; pois cá estarei para ti.


Mas se me rejeitares com novas facadas, no esquecimento cairás, não serei a tua escrava, mas serei a tua parceira se o assim quiseres.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Voaremos

Deixa-me voar, deixa-me flutuar neste esfumante sonho; este esboço fumado. Deixa-me ser eu. Deixa-me mostrar-te quem eu sou. Deixa-te ser a minha inspiração, o meu sonho.

Voa comigo, sorri comigo, deixa-me partilhar este pacificidade contigo. Deixa-me ser eu contigo.

Vem, as nuvens nos apoiaram nossos pés e flutuaremos pelo infinitivo do céu fora: o azul claro, o rosado do fim do dia e o azul da noite. Voa até às estrelas, sonha comigo. Vem, dá-me a tua mão, o teu abraço e o sonhado beijo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Corta-me








Dói... Dói simplesmente nesta longa e infinita tempestade de neve que atravesso. Não tem fim e é um infinito penedo. O gelo vento bate fortemente pelo meu corpo, corta-me a alma em pedaços.

Sangro, sangro demais, demasiado vermelho no branco. Demasiado vermelho no vestido em tempos branco, mas agora cinzento do tempo e esfarrapado da existência.

Por isso vem, até mim. Tenta-me, desafia-me, já nada temo. Mostra-me então o que vales, mostra-me o que há dentro de ti. Revela-me.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Voa!

Baila com o vento, bandeira branca. Voa, sê livre, dança com o vento neste leve dança em espiral. Sente a liberdade, sente a alegria. Nada mais importa pois nada nos destruirá. Somos inconvencíveis e incorruptíveis.

Bate tuas asas, abandona este sombrio luar. Foge das negras profundezas e enche o teu coração de paz. Sara as tuas dores, sara a tua alma. E assim feridas sararam e forte ficarás.

Esquece as armas que procuram corromper teu escudo, esquece e esquecerás o que não merece atenção.

Voa livre, doce anjo de coração, livre como a delicada pomba branca. Não temas o céu, ele é a tua casa e ninguém te mandará embora.

Baila então ao vento, nesta dança alegre e sem fim. Embarca no navio que te levarás ao Além e até mais. Ficai firme, não temeis nada, pois nada há para temeres. Vive.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Imunidade a ti

Procuras trazer-me teu Inferno, tais chamas ardentes que irei apagar com o sopro leva da minha alma. Não me derrubarás, não me destruíras. Porque nem o Amor é motivo para o Fim.

Mas nem Amor tu prezas, destróis e espezinhas o pouco que cá ficou. Podia amaldiçoar-te, rogar-te algo. Mas não desperdiçarei minhas forças, energias do espírito em ti. És sim uma perde tempo, amar-te é desamar-me a mim mesma. Por isso, meu pouco amor espezinhado desfaleceu para sempre. Nem a Fénix renascida das cinzas, se fosse este Amor,  jamais renasceria e seriam finas lágrimas dos olhos da minha Alma. Mas nada sarariam, apenas queimariam a tua Alma.

Assim, não haverá o bailar no Sonho da Noite de Verão, com que contigo em tempo sonharei, cairás nos espinhos das tuas armas e neles apodrecerás pela tua própria culpa. Jamais me alcançarás com as tuas adagas, pois a ti próprio ferirás.

Mas não bailarei só nesta noite, pois os dóceis cisnes comigo virão e irão bailar até ao Outro Mundo. Em que estarei de fino vestido de seda ao sabor da brisa e com os cabelos soltos, sentirei a fresca água da lagoa sob os meus pés.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Despertar do Sono Profundo

Fizeste-me sofrer, porque lágrimas se atropelaram e não me permitiram chorar sequer. Uma desilusão acrescentaste à lista de desilusões. Nem gritar conseguia, nada saía de mim. Nem uma lágrima; apenas suspiros, pois até a minha voz ganhou um timbre monocórdico.

Não tinha reacção, congelei no tempo, de alma incrédula com o que me rodeava. Nada era previsível para a minha cabeça viajante, que flutua com o vento. Mas mesmo assim arrancaste-me do vento e da fresca brisa da minha mente para uma realidade congelada onde continuei adormecida por demasiado tempo.

Eis que acordo suavemente, e tal é a quente e reconfortante brisa me acompanhada e desperta suavemente. Ainda habitas nos meus sonhos, mas já te preparas para os abandonar. Porque me arrancaste dum mundo deslizante e serenamente mórbido onde eu deslizava como um subtil fantasma.

Mas agora, já acordei e serenei minha dor.