segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Imunidade a ti

Procuras trazer-me teu Inferno, tais chamas ardentes que irei apagar com o sopro leva da minha alma. Não me derrubarás, não me destruíras. Porque nem o Amor é motivo para o Fim.

Mas nem Amor tu prezas, destróis e espezinhas o pouco que cá ficou. Podia amaldiçoar-te, rogar-te algo. Mas não desperdiçarei minhas forças, energias do espírito em ti. És sim uma perde tempo, amar-te é desamar-me a mim mesma. Por isso, meu pouco amor espezinhado desfaleceu para sempre. Nem a Fénix renascida das cinzas, se fosse este Amor,  jamais renasceria e seriam finas lágrimas dos olhos da minha Alma. Mas nada sarariam, apenas queimariam a tua Alma.

Assim, não haverá o bailar no Sonho da Noite de Verão, com que contigo em tempo sonharei, cairás nos espinhos das tuas armas e neles apodrecerás pela tua própria culpa. Jamais me alcançarás com as tuas adagas, pois a ti próprio ferirás.

Mas não bailarei só nesta noite, pois os dóceis cisnes comigo virão e irão bailar até ao Outro Mundo. Em que estarei de fino vestido de seda ao sabor da brisa e com os cabelos soltos, sentirei a fresca água da lagoa sob os meus pés.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Despertar do Sono Profundo

Fizeste-me sofrer, porque lágrimas se atropelaram e não me permitiram chorar sequer. Uma desilusão acrescentaste à lista de desilusões. Nem gritar conseguia, nada saía de mim. Nem uma lágrima; apenas suspiros, pois até a minha voz ganhou um timbre monocórdico.

Não tinha reacção, congelei no tempo, de alma incrédula com o que me rodeava. Nada era previsível para a minha cabeça viajante, que flutua com o vento. Mas mesmo assim arrancaste-me do vento e da fresca brisa da minha mente para uma realidade congelada onde continuei adormecida por demasiado tempo.

Eis que acordo suavemente, e tal é a quente e reconfortante brisa me acompanhada e desperta suavemente. Ainda habitas nos meus sonhos, mas já te preparas para os abandonar. Porque me arrancaste dum mundo deslizante e serenamente mórbido onde eu deslizava como um subtil fantasma.

Mas agora, já acordei e serenei minha dor.