sexta-feira, 30 de abril de 2010

Luz na Escuridão

Vazio e vazio... escuridão... e vento.

Onde estava ele? Aonde? Não o conseguia alcançar. Apenas caía... Na esperança de chegar até ele, de segurar a sua mão.

- Onde estás? Por favor... - Chorava eu - Dá-me um sinal!

E um pequeno brilho se revelou, lá bem fundo e longe. Queria lá chegar, tanto tanto... Que um rasto de lágrimas deixei para trás.A minha vida não importava, não tinha qualquer significado... Sem ele, não, não fazia sentido.

Até que eu já não caía, não, voava, planava. Mas como?

E olhei para cima e vi incrédula: asas surgiram das minhas costas, puras e brancas que brilhavam. Mas deixaram um ligeiro ardor nas minhas costas, na carne provavelmente rasgada. Porém, não me importava, pois o que eu mais queria era chegar, chegar ali tão fundo naquele buraco negro sem fim.

- Porquê? Que te importa agora? Volta para trás que eu quero ficar sozinho! - Gritava ele lá do fundo sentindo o brilho das minhas asas que eram uma mistura de penas brancas e delicadas asas de borboleta.

- Porque... Sem ti eu não posso viver! - Respondi num grito desesperado e arfado pelo cansaço.

- Volta para trás! - Berrou zangado.

- Só se voltares comigo! - Exclamei alto, senti o som do meu grito perlongando-se em eco.

E mais rápido voei, voei até as asas ficarem dormentes até que... Por fim agarrei a sua mão:

- Não regressarei sem ti - Suspirei, vendo por fim o fundo daquele interminável fosso. E abracei-o, rodeando-o pelos ombros, enquanto que as minhas asas o envolveram.

[Inspirado na música de Lacuna Coil, Not enough do albúm Shallow Life. Com todo o meu carinho especial por ti, a agora fada-anjo, Alice]